Seu site por R$ 199,90

Certo dia, após uma breve leitura dos classificado de Informática, um determinado empresário decide que esta na hora de ter sua presença na internet, e liga para um anuncio que lhe chamou a atenção: “Seu site por R$ 199,90

Empresário: – Alô ?
Empresário: – De onde fala?
Anunciante: – Ô tio, é o Marcão, o webdesigner.
Empresário: – Marcão, eu vi seu anuncio que você promove empresas na Internet.
Anunciante: – Ô tiozão é isso mesmo, meu trabalho é bom e barato. Faço um site irado e ainda divulgo ele pela web.
Empresário: – E tudo isto por R$ 199,90?
Anunciante: – Tio, este é o preço justo, mais que isto é um roubo. Estas empresas cobram uma grana porque são mercenárias, meu serviço é irado.
Empresário: – Mas vai ficar bom?
Anunciante: – Tio, vamos usar tudo que é novidade: AJAX, XHTML, Flash, CSS e ainda vamo botá” um AdSensezinho.
Empresário: – E vão divulgar?
Anunciante: – Tio, webmarketing é nois! Tenho 10 milhões de e-mails cadastrados, a gente avisa a todo mudo do seu site. Vai ser show!
Empresário: – Ok, tá fechado.

Empresário pensa: – AJAX para que? Será que precisa limpar o monitor?

Diariamente, empresários mal informados são vitimas destes amadores. Ferramentas de publicação na internet são cada dia mais interativas e fáceis de usar, levando ao mercado uma enxurrada de curiosos despreparados.

Para o mercado profissional isto não é novidade, me lembro dos idos tempos de formação do PROMIT em 96, que este problema já existia. Alias o amadorismo é um problema recorrente em nossa sociedade, já nos habituamos à informalidade, temos amadores em basicamente todas as áreas. Com certeza ninguém se submeteria à uma cirurgia com um médico amador, mas constroem casas com base no know how prático de profissionais de construção, ou consertam seus carros com o quebra galho da esquina que também faz manutenção no aquecedor de gás.

Serviços amadores podem dar certo, o paciente pode sobreviver, a casa pode não cair, o carro e o aquecedor podem não colocar vidas em risco, mas não deixa de ser uma roleta russa. Para alguns um risco calculado, para a maioria pura ignorância.

Por que na hora da presença na internet isto tem de ser diferente? Alguns podem argumentar que muitos clientes simplesmente não necessitam de algo além do “site a R$ 199,90″. Pode até ser, mas estamos vivendo cada vez mais conectados, e os tempos do “web site corporativo estático” já eram. Hoje é preciso participar, interagir e relacionar. Um site estático esta condenado à invisibilidade digital, se não possui valor agregado e não presta nenhum serviço à seus visitantes então é um natimorto.

Ainda é comum as empresas delegarem assuntos de internet para seus departamentos de TI, mas existe uma tendência crescente de empresas que passaram seus assuntos de internet à seus departamentos de marketing. É preciso encarar um projeto de internet como um investimento, que irá proporcionar um retorno (ROI) de 300% em um ano, segundo a Closed Loop Marketing. Obviamente este ROI não é uma afirmativa, e sim uma probabilidade que tem como componentes mais importantes quem contrata e quem é contratado. Internet hoje em dia é assunto do departamento de marketing das corporações, e deve ser tratado com empresas especializadas em marketing digital, desta forma um ROI de 300% torna-se bem plausível.

Segundo a pesquisa “Business to business survey 2007″ da Enquiro, 83% das empresas usam a Internet para localizar potenciais fornecedores. Um site bem construído é “achavel”, “usável” e “acessível”, para isto é necessário uma equipe especializada e não mais um profissional que sozinho produza todo resultado. Gerente de projetos, Arquiteto de informação, Webdesigner com enfase em webstandards, webdeveloper com ênfase em aplicações client e server side, Gerente de Marketing digital com ênfase em SEO, além de outros especialistas formam uma equipe para desenvolver um projeto de internet de resultados, e você ainda acha que dá para fazer isto tudo à R$ 199,90 ?

A Campus Party que todo mundo vê, mas poucos enxergam

Decidi fazer este post como um exercício, venho enfrentando um momento estranho, parece que perdi momentâneamente minha habilidade com a escrita, talvez seja porque tenho convivido com dinossauros mais do que o tolerável, tenho participado de reuniões onde as pessoas possuem pastas com email impresso!

Para tentar resgatar o meu verdadeiro eu, decidi me internar na Campus Party 2010. Fui convidado para uma palestra no Campus Forum na terça (26/01) e aproveitei para ficar até sábado (30/01), foi ótimo, revi gente conectada, gente do meu mundo e pude voltar a sentir o sabor da evolução, o frescor da brisa tecnológica e o calor humano de uma rede de pessoas. Foram momentos de extremo prazer, conversas produtivas, palestras, planos e celebrações, tudo girando em torno de um só tema, a sociedade conectada e o futuro do Brasil.

O que todo mundo vê e poucos enxergam?

Esta foi a terceira edição da Campus Party, e cada edição possui características marcantes, esta por exemplo estava muito focada em cibercultura e aspectos legais e operacionais da Internet. Mas um pequeno detalhes estava o tempo todo pulando na cara de todo mundo, seja nos slogans, nas falas, no material, nos banners e no site oficial: A Internet é uma rede de pessoas.


Bom se esta frase não tem nenhum significado a mais para você, é porque você é um dos que viu e não enxergou, mas não se preocupe, muitos não enxergaram. O fato de afirmar que a Internet é uma rede de pessoas contraria o mantra midiatico de que a Internet é uma rede de computadores, a Internet já deixou de ser uma rede de computadores há quase 10 anos.

A afirmativa de que a Internet é uma rede de pessoas subverte o conceito anterior de que a internet é uma rede de computadores, assim como hoje estamos na era da participação que subverteu o conceito da era da informação, mas curiosamente ambos os conceitos ultrapassados são ainda utilizados pela nossa jurássica mídia.

Em outras palavras, a questão tecnológica da Internet já se naturalizou, de forma que é naturalmente ignorada pelo o usuário de tal forma que este já enxerga diretamente a parte social da rede. Nem mesmo a velha frase que diz que a Internet é uma rede de pessoas mediada por computador é mais uma afirmativa indiscutível, com o crescimento da ubiquidade do acesso fica difícil definir o que é de fato computador, um celular é um computador? Neste caso a rede poderia ser definida como uma rede de pessoas mediada por dispositivos conectáveis, mesmo assim esta afirmativa, apesar de correta, coloca uma barreira no seu entendimento, em um momento que a invisibilidade da tecnologia se faz necessária para dar valor ao aspecto humano da rede.

Há dois anos fiz uma análise da pirâmide da pirâmide de Maslow aplicada as mídias sociais, que orgulhosamente apelido de pirâmide de Caribé ou hierarquia das necessidades em mídias sociais. Nesta analise eu estabeleço que os dois primeiros degraus da pirâmide são o conhecimento tecnológico e o acesso, mas se olharmos pela ótica que venho tecendo acima, podemos dizer que na verdade a pirâmide esta se transformando em um losango, uma vez que estes dois primeiros degraus estão ficando cada dia mais invisíveis, o que de certa forma acelera a tão desejada “alfabetização digital”.

Não tirando a questão tecnológica da Campus Party, afinal é sim de certa forma a tecnologia em seus diferentes niveis de visibilidade que as pessoas buscam encontrar no evento, mas principalmente as pessoas buscam encontrar pessoas, a Campus Party é na verdade uma grande rede social ao vivo de pessoas conectadas, uma tangibilização da cauda longa, um encontro de muitas tribos que habitam o ciberespaço e este planeta chamado terra, pense nisto.

A miopia universitária

Pouco antes da Campus Party, conversando com um amigo, o Ronald Stresser, ele comentou que estava pensando em fazer um curso mais específico de mídias sociais, e respondi quase de imediato que a Campus Party era o melhor curso de mídias sociais que ele poderia fazer, foi uma resposta daquelas “bate pronto” e depois comecei a pensar no que falei e vi que havia acertado na mosca.

Na Campus Party vivencia-se a cultura digital o tempo todo, é um paraiso para etnografos, profissionais e pesquisadores de comunicação e alias qualquer área profissional que de alguma forma envolva a Internet. Neste ano tivemos dezenas de palestras, com temas diversos e riquissimos, encontro dos cerebros da cibercultura brasileira, dos ativistas, legisladores e parlamentares da liberdade na rede, visita de presidenciaveis, debates de software livre, jogos, midias sociais, musica, video, multimidia, robotica, casemod e um monte de outras coisas. Na Campus Party você faz parte do contexto e não apenas lê sobre ele, o aspecto informal do evento reflete a informalidade e a liberdade da rede, onde você vai alem do livro, pode interagir com os autores, e isto não tem preço.

Mas onde estão as caravanas organizadas pelas universidades? Imagine o valor para uma faculdade de Direito em participar dos debates a cerca do Marco Civil, assistir à uma palestra do Lessig e de quebra ainda conversar com varios juristas, parlamentares, e representantes da sociedade civil que se fizeram presentes? Imagine o valor para uma faculdade de Comunicação participar de debates sobre cibercultura com os maiores estudiosos da área no Brasil? Ou quem sabe as faculdades de Pedagogia participarem da discussão a cerca do novo modelo de Universidade levantado pela pesquisadora Ivana Bentes?

Poderia enumerar dezenas de outros casos, eu nem falei da área técnica, mas foi de propósito, mas pergunto: Afinal porque as universidades ainda sofrem do mal de Sísifo, e continuam seguindo o mesmo caminho secular ao invés de apresentar novas propostas e desafios?

Cluetrain 10 anos depois

Este artigo é uma tradução livre do artigo “The Clue Train 10 years on” de Karl long, com a devida autorização do autor.

O manifesto cluetrain, um livro concebido 10 anos atrás, previu e descreveu muitas das forças que foram disruptivas na economia, ativadas através da web 2.0.

Uma poderosa conversação global começou. Através da Internet, pessoas estão descobrindo e inventando novas maneiras de compartilhar rapidamente conhecimento relevante. Como um resultado direto, mercados estão ficando mais espertos-e mais espertos que a maioria das empresas.

O ponto “mercados são conversações” sempre foi verdadeiro, mas o impacto desta afirmação foi realizada bem lentamente pelos negócios através dos últimos 10 anos. Fantásticamente, os conselhos e os insights deste livro ainda continuam válidos, embora o tom seja um pouco polêmico neste ponto, entretanto, ninguém mais precisa ser convencido a cerca das verdades traçadas neste livro.

Houve recentemente um evento em New York para discutir a relevância do manifesto cluetrain 10 anos, que foi blogado ao vivo por Josh Bernoff da Forrester. Nesta conferência Doc Searls usou poucas palavras para falar de publicidade, o que acredito não ser nenhuma novidade, mas pensei em como as empresas e agências ainda estão viciados nos formatos incrementalmente ineficientes e decadentes, e que ainda não acreditam no que Doc falou:

  1. A publicidade como conhecemos ira acabar.
  2. Pessoas arrebanhadas em jardins emparedados e que acham que isto as colocam em uma sociedade, verão como isto é um absurdo. (Facebook, Orkut são exemplos.)
  3. Nos iremos constatar que os mais importantes produtores são aquelas que costumamos chamar de consumidores.
  4. O valor da cadeia será substituído pelo valor da constelação. (muitas conexões).
  5. “Qual o seu modelo de negócios?” não será mais a pergunta para tudo. (Qual o modelo de negócios para suas crianças?)
  6. Nos iremos fazer dinheiro maximizando o “efeito porque”.(”Efeito porque” é o que acontece quando você faz mais dinheiro porque há alguma coisa mais com ele) Ex: Pesquisar e blogar.
  7. Nos teremos a habilidade de gerenciar as empresas da mesma forma como elas nos gerenciam hoje. (Acordos entre empresas e consumidores não serão mais favoráveis às empresas.) Na Escola de Direito de Harvard eles chamam isto de VRM – Vendor Relationship Management, onde Doc Searls esta trabalhando no projeto VRM.
  8. Nos iremos casar a web viva com o valor da constelação. (A web viva não é apenas sobre estrelas. Relacionamentos de todos com todos.)

No caso da publicidade em redes sociais, dê uma lida no artigo da Business Week sobre a eficiência da publicidade em redes sociais.

Profissionais de marketing falam que pelo menos 4 em 10.000 pessoas que visualizam suas campanhas em sites de redes sociais clicam nelas.

Voltando ao tema “mercados são conversações” seguramente na pior das hipótese é uma publicidade falsa, sem autenticidade, monólogo, porque empresas tem pavor de manter uma conversação, é isto que as pessoas percebem? O que elas percebem? Provavelmente o volume de publicidade, será que a melhor destas campanhas pode provocar ao menos uma centelha de conversação?

Então me diga que mecanismos a sua agência de propaganda proporciona para ajudar a “continuar a conversação” ?

Fonte: The Clue Train 10 years on at ExperienceCurve

O marketing de hoje, de amanhã e depois de amanhã

Como faço questão de não esconder, sou um leitor voraz, daqueles que esta sempre carregando um livro na pasta, e tem pelo menos dois na mesa de cabeceira, alem é claro, de centenas na estante. Este livro sobre o qual pretendo falar aqui é diferente, não me custou literalmente nada, e é um dos melhores livros sobre marketing emergente que li em português até então, trata-se do “best downloaded” Marketing depois de amanhã, do Ricardo Cavallini.

Cavallini é um cara que sabe o que fala, o livro explica de forma quase didática os temas emergentes do marketing, do novo paradigma da comunicação, é uma habilidade e tanto e uma prova de conhecimento. Einstein ja falava que uma forma de testar seu conhecimento sobre qualquer coisa é tentar ensina-la para a sua avó, acredito que a avó de Cavallini ja esteja entendendo de marketing e saiba diferenciar um viral de um buzz, ou que a midia de massa esteja em queda por conta dos prosumers que foram preconizados no Manifesto Clue train, é claro.

Gosto do jeito de escrever do Ricardo, descontraido, claro e sem muitos rodeios, mas sem deixar de ser bem fundamentado. O livro é um verdadeiro guia para diversos públicos:

  • Para os estudantes de comunicação para conhecerem um pouco além do que usualmente aprendem nas faculdades, algumas até explicam alguma coisa, mas se bobear formam “recém obsoletos”;
  • Aos profissionais experientes para poderem se reciclar e não perderem o equilibrio quando puxarem a escada que os sustenta no topo da cadeia da comunicação;
  • Aos curiosos para saberem um pouco mais sobre tudo que nos cerca em termos de marketing;
  • Aos empreendedores para descobrirem novas formas de ganhar dinheiro;
  • E finalmente aos avessos à publicidade para saberem o que mais devem evitar para não serem incomodados, se bem que como Cavallini diz no livro, o marketing de interrupção vem em franca decadência.

O livro, prefaciado por Washington Olivetto, é dividido em dez capitulos, começando por uma panorâmica atual, uma breve olhada no contexto da internet e em seguida levanta voo em direção a coisas muito interessantes como TV Digital, Advergaming, Mobile, Dispositivos de conexão ( a internet das coisas), novos displays, micropagamentos e finalmente novas possibilidades. Para quem gosta do assunto é um daqueles livros para se ler em um fim de semana chuvoso, na tela do computador enquanto os novos displays ainda não estão acessíveis. Não tem porquê não ler, o livro é gratuito e vale cada byte consumido em seu download.

Pérolas da cibercultura, um post que vale por um cursinho

Depois do meu último post, me convenci de que realmente precisamos de novas ferramentas e novos conceitos para entender o que esta acontecendo hoje no mercado da comunicação. Para isto decidi reunir e publicar aqui os links para as principais pérolas da cibercultura na minha opinião. São elas definições, conceitos, textos e até e-books completos.

Redes

O entendimento de redes no sentido mais amplo, e não técnico, é teoria fundamental para o entendimento de tudo na cibercultura. É necessário entender que somos “nós” desta rede, e que nossos grupos são “clusters” e que tudo em termos de rede possui comportamento em rede, com grande capilaridade e com grande entropia.

Um entendimento técnico necessário é o proprio conceito original da Internet, criada na época da Guerra Fria, sua estrutura foi concebida para resistir à um bombardeio atômico, e desta forma pavimenta o conceito hoje conhecido como Mundo de Pontas (World of Ends).

Uma boa dica para entendimento de redes é o e-book “Redes – uma introdução às dinamicas da conectividade e da auto-organização” publicado pelo WWF Brasil.

Comportamento

Uma das mais sensacionais pérolas do comportamento no ciberespaço é o Manifesto Cluetrain (O manifesto do trem de evidências) que trata de forma simples e direta o comportamento social e de consumo na Internet. Veja também o post “Cluetrain 10 anos depois” publicado no Buzz Makers.

Outro texto muito interessante é o Mundos em colisão, que narra de uma forma simpática o choque cultural que se reflete como a dicotomia “nova x velha mídia” ou “real x virtual” passando pelo contraste “Copyright x Creative Commons” com bastante propriedade. Por falar em Copyright x Creative Commons, um bom e-book sobre isto é o Cultura Livre (uma excelente tradução do Free Culture). A cultura open source faz parte do DNA do ciberespaço, já o habitava no seu núcleo, na sua camada técnica, e foi fundamentalmente o propulsor da WWW.

Por falar em Free, este será o novo livro do Chris Anderson, o autor do Cauda Longa. O Free promete ser um profundo estudo sobre a cultura atual, onde empresas lucram cada vez mais cobrando cada vez menos, ou até nada. Na Wired tem um PDF que já da uma ideia de como será o livro, mas se preferir pode ler na web mesmo.

Existem ainda os clássicos teóricos da comunicação como Manuel Castells e Marshal McLunhan que não podem ficar de fora.

Midias sociais

Não podemos deixar de falar da teoria dos seis graus de separação, que fundamenta diversas redes sociais, onde em sintese, você esta ligado à qualquer outra pessoa no mundo, por outras seis. Existem outras, inclusive a que descrevi aqui mesmo no blog, relacionando Maslow e as midias sociais.

O assunto não esgota aqui, é apenas um começo, mas te garanto que boa parte já foi citada, convido você à completar a lista ai nos comentários.

update 02/05 – O Marco Gomes fez um post sensacional, praticamente um manifesto, se você leu os textos acima com cuidado, veja a personificação do estudo no post: Eu faço parte da revolução

SIVA, o mix de marketing 2.0

Uma coisa interessante é que desde que foi implantado por Jerome McCarthy em 1960, o mix de marketing, os 4 Ps, sempre foi o framework mais importante no entendimento do marketing.

SIVA e os 4PsIsto foi assim até que o artigo “In the Mix: A Customer-Focused Approach Can Bring the Current Marketing Mix into the 21st Century” por Chekitan S. Dev e Don E. Schultz saiu na edição de janeiro/fevereiro de 2005 da revista Marketing Management.

Este artigo muda totalmente o paradigma do mix de marketing, que antes era visto da empresa em direção ao mercado alvo, conforme figura ao lado.

No artigo, Schultz e Chekitan, literalmente viram o mix de ponta cabeça, e avaliam a oferta pela ótica do consumidor, e nesta ótica, o que antes eram os 4Ps, viram o SIVA (Solução, Informação, Valor e Acesso).

Para efeito comparativo temos:

4 Ps SIVA
Produto Solução
Preço Valor
Promoção Informação
Praça Acesso

SIVA em detalhes

  • Solução – Como a solução é apropriada para solucionar os problemas e necessidades do consumidor?
  • Informação – O consumidor conhece bem sobre a oferta, se sim, através de quem ? Ele sabe o suficiente para permitir ao consumidor fazer uma boa decisão de compras?
  • Valor – O consumdor percebe o valor da transação, quanto ela custa, qual serão os beneficios, o que ele terá de sacrificar, qual será a sua recompensa?
  • Acesso – Onde o consumidor pode encontrar a solução? O quanto facilmente, local ou remotamente ele pode compra-la ou recebe-la via delivery?

SIVA e Marketing 2.0

Quem esta na internet há pelo menos oito anos deve lembrar que o grande propulsor de tudo que esta acontecendo hoje, que chamamos de web 2.0, comecou com uma grande mudança de paradigma na construção e implementação web. Em torno de 2001 dois assuntos comecaram a dominar este ambiente: Usabilidade e Acessibilidade. O tema bateu de frente com a questão estética, até então dominante e acabou encaminhando para um entendimento de que o usuário é elemento mais importante na internet. Dai para frente, descobrir que os usuários queriam mais do que simplesmente ser um leitor, foi um pulo.

Quem sabe a classica pergunta de um milhão de dolares: “Qual o futuro da comunicação e do marketing” possa comecar a ser respondida? Até então uma incógnita e muitas hipóteses, simplesmente porque existe uma grande possibilidade de estarmos cometendo o erro de avaliar um novo mercado com velhas ferramentas…

Blogsfera S.A.

Toda vez que os representantes da blogosfera brasileira são convidados à participar de um evento para um público tradicional, acontece a mesma coisa, o discurso descamba para um corporativismo “blogocentrado”, ou seja, a mensagem fica cheia de ruido e incompreensível para o público em questão. No caso estou estou falando do Proxxima 2008, no painel “O Fenômeno dos Blogs – Chegou a hora de virar mídia?” o mesmo aconteceu, como descreveu o Jeff Paiva.

Mas o que esta acontecendo? Falta de maturidade da blogosfera brasileira ? Problema de comunicação ? Choque cultural? Acredito que todas as hipóteses são plausíveis, e ainda acrescentaria que a blogosfera é uma “midia” extremamente heterogêna e entrópica e principalmente descentralizada.

Alias como eu já falei anteriormente, não é possível comparar a velha midia com a nova midia (que alias nem pode ser considerada como midia). Não faz sentido esta comparação, são dois mundos distintos, e se assemelham apenas no objetivo: Cultivar leitores.

Poucos representantes da blogosfera conseguem apresentar um discurso corporativista tradicional de seu blog, quanto mais focado nas expectativas de um público como o da Proxxima 2008. Seus discursos são como eu falei “blogocentrado” e a tônica de negócios se dá dentro desta ótica, e o seu modelo de negócios foi apresentado, mas não era isto que o público esperava. Natural, competia ao moderador direcionar e obter as informações que o público desejava.

Seria necessário alinhar o discurso da blogosfera como uma mídia social, eles o são, mas não tangibilizarm isto, e confesso que acho melhor assim. Uma padronização macro da blogosfera seria um desastre, uma utopia, imagine blogs com missão, visão, planejamento estratégico, pauta, etc. Isto mataria a faceta crowdsourcing do jornalismo social, ordenaria a entropia e a blogosfera perderia sua graça e principalmente a sua força.

Por fim, é importante deixar claro que o UGC (User Generated Content) é muito importante, e disseminar uma mensagem de marketing nestas midias sociais é extremamente eficiente, mesmo levando-se em conta que ela é totalmente caótica.

A instantaneidade, o crowdsourcing e o jornalismo social

Há menos de 20 anos, o máximo de instantaneidade, em termos jornalísticos, que a humanidade conhecia eram a TV e o radio. As chamadas de extra na telinha e no “dial” anunciavam um fato relevante, mas poucas eram as fontes de informação, a noticia era pré-digerida pelo emitente. Vinte e quatro horas depois, poderíamos obter mais detalhes nos jornais e posteriormente nas revistas, ai então um pouco de diversidade e controvérsia, mas tudo muito ameno. As informações eram filtradas em escolhidas por diretores e redatores, e nossa liberdade de escolha se restringia à poucas opções. Naquele tempo, em um caso como o do incêndio recente na California, ocorrido em 20 de outubro deste ano, levaríamos pelo menos duas semanas para termos um volume de informação significativo a respeito do caso, coisa que hoje temos a disposição 24 horas depois. A diversidade então, impossível comparar. Imagine um verbete em uma enciclopédia então, só no ano seguinte, e não em poucas horas como ocorre na Wikipedia.

Desde os primeiros segundos, diversas pessoas começaram a cobertura do incêndio através de seus blogs, Twitter, YouTube, e não menos relevante, através da Wikipedia. A cobertura se dá de forma descentralizada com as pessoas “Twittando” através de seus celulares, postando em seus blogs a partir de seus smartphones, ou até mesmo de seus notebooks. A forma de conexão com a Internet hoje em dia, definitivamente não é fator determinante para o crowdsourcing, estamos cada vez mais conectados[bb], e a tendência é nos conectarmos de forma cada vez mais ubiqua, até o ponto onde a excessão será não estar conectado, os desconectados serão os Amishs do século XXI.

A grande espiral evolutiva continua acelerada e com o raio cada vez menor, a instantaneidade é primordial, queremos saber agora, o que acontece agora, para isto os veiculos tradicionais parecem verdadeiros paquidermes, até mesmo as midias tradicionais no meio digital são lentas. Uma hora, meia hora pode ser muito tempo, queremos saber dos fatos em tempo real, queremos praticamente interagir com eles. Vivemos conectados, notebooks[bb], smartphones[bb], e até mesmo simples celulares via SMS ou MMS, pouco importa, o que importa é interagirmos em tempo real, noticiarmos em tempo real, coisa que os dinossauros da comunicação não entendem. Se entendessem poderiamos pedir ao camera para posicionar-se um pouco mais a direita, ou avisar ao reporter que “aquele cara ali de boné” parece estar sabendo dos fatos. É a vida em tempo real, é a vida conectada, é a informação ubiqua.

Constantemente a credibilidade do jornalismo social é posta em xeque, os veiculos tradicionais defendem que somente eles estão aptos a noticiarem com credibilidade, e que o Jornalismo Social não é confiavel. Trata-se de uma meia verdade, uma vez que os veiculos tradicionais cometem verdadeiras gafes, como o caso do “Homem que diminui o dedo para usar o iPhone” noticiado pelo Estadão. A confiabilidade do Jornalismo social é diretamente proporcional ao número de fontes, ou a credibilidade conquistada por algumas delas. Um grande número de fontes permite ao leitor avaliar por amostragem o que é ou não confiavel, e assim construir a sua percepção de confiabilidade de algumas fontes. Muitos blogs publicam matérias de alta qualidade e confiabilidade, uma vez que para alguns, o blog é uma fonte de status e/ou receita e o leitor é o seu mais valioso ativo.

Em termos de número de fontes, velocidade e interação, o micro-blogging revelou-se um grande aliado do Jornalismo social, e o Twitter é de longe a mais popular ferramenta de micro-blogging. O caso citado acima, do incêndio na California, foi notório mas não o único coberto via Twitter. A grande “sacada” é que em micro-blogging o texto é limitado a 140 caracteres e o celular[bb] é uma potencial ferramenta jornalistica. Textos via SMS para o Twitter, fotos e videos via e-mail para o Flickr e YouTube respectivamente e na outra ponta temos a noticia em qualquer dispositivo, é o verdadeiro crowdsourcing jornalístico.

Um dos “twitteiros” que cobriram o incêndio na California, o Nate Ritter criou uma ferramenta genial, o HashTags, baseado nas populares hash tags utilizadas no Twitter. O HashTags simplesmente captura e grava todos os posts feitos por uma determinada #tag, para isto basta que você tenha uma conta no Twitter adicione o usuário hashtags, que é um bot. A partir deste momento todas as tags que você utilizar serão gravadas no HashTags, e em tempo real. Enquanto escrevia este post, “twittei” usando a tag #entropia, fiz algumas dicas sobre o HashTags nas tags #hint , #dica e #tags. O HashTags mostra ainda um pequeno grafico de atividade de cada tag, possibilitando visualmente identificar qual tag esta quente ou não.

Na minha opinião, HashTags está para o jornalismo crowdsourcing assim como o Twitter está para o micro-blogging, estamos presenciando os contornos da nova economia, da economia Free, de economia crowsourcing. E você o que acha?

Leia mais:

Update 18/12/07 – Existe um novo serviço, o TerraMinds que não funciona como o HashTags mas ele indexa todos os usuarios do Twitter e permite pesquisar por nome de usuário ou palavra chave. Igualmente útil para o Jornalismo Crowdsourcing

VII Gamacom

Há oito aos que a Universidade Gama Filho não realizava o GAMACOM, o tradicional encontro de Comunicação Social da instituição. Tive a honra de ser convidado para participar de um dos painéis do encerramento que tratava do tema “Convergência e Interatividade“. O painel foi mediado pelo profesor Christiano Henrique dos Santos, sub coordenador do curso no Campus Downtown. Junto comigo na mesa estavam Laís Pimentel (Gerente de Conteúdo do Portal G1) e Aydano André Motta (Jornalista e Redator Especializado da Coluna do Ancelmo Gois).

Laís Pimentel foi a primeira a falar e relatou sua experiência no RJ TV, no portal G1 e na BBC em Londres. Laís com sua eloquência e simpatia falou com bom humor da sua experiência em trabalhar na BBC, e os incríveis protocolos a serem seguidos quanto o assunto é a Realeza Britânica. Segundo Laís, as rádios Inglesas, além da ótima qualidade são bem diversificadas, atendendo a nichos bem específicos. Será o cauda longa das radios ? (grifo meu).

Da sua experiência no G1, que foi criado para “furar” a Globo News, Lais chamou a atenção para a velocidade com que a matéria precisa ser públicada no portal. Muito menos burocratizado e com uma logistica muito mais enxuta que os outros meios, como rádio, Jornal ou TV, os portais medem seu desempenho em minutos. Estar cinco minutos à frente do concorrente faz uma enorme diferença em tempos onde a instantaneidade é uma característica dos veículos de comunicação. Uma outra grande preocupação levantada pela Lais e endosada pelo Aydano foi a checagem da notícia, que acaba tornando-se um grande “calcanhar de aquiles” nesta velocidade. Por fim Laís citou ainda o exemplo do vídeo produzido por celular que já é utilizado pela BBC, bem como o uso da convergência para o envio de fotos, textos e filmagens pela Internet dando mais velocidade à sua publicação.

Aydano Motta falou de sua experiência com o Ancelmo Gois, no Ancelmo.com e sua experiência como jornalista. Segundo Aydano, apesar do discurso apocaliptico de alguns jornais como o The New York Times, o jornal não vai acabar, continuarão a existir. Por outro lado ele ressaltou que os jornalistas é quem precisam se adaptar ao novo meio.

Aydano também levantou a questão da confiabilidade e velocidade da informação. Segundo Aydano, publicar para a Internet é uma tarefa muito mais rápida e simples, basicamente basta um smartphone ou um notebook para isto. Para Aydano, O “clima” da redação é muito mais quente e em geral pelo menos dois profissionais comentam uma matéria antes dela ir para o Jornal, já na Internet esta tarefa é mais solitária, o reporter tem grande autonomia para publicar, e basicamente não precisa submeter sua matéria à criticas, culpa da instantaneidade.

A Internet Brasileira é essencialmente Paulista, ressaltou, assim como o a mundial é Americana. Curiosamente eu ja havia ouvido esta constatação nos meus tempos de Evangelista da Macromedia.

Um case curioso de tendência participativa foi quando ele citou o Blog Reporter do Crime, onde Jorge Barros mapeou a violência e abriu a participação aos leitores que enviaram milhares de e-mails com relatos de crimes e sua localização. O Trabalho ficou tão bom que foi utilizado pela secretaria de segurança do Rio de Janeiro. É o crowdsourcing em prol da cidadânia (grifo meu). Aproveitando a “deixa” Aydano citou ainda um belo exemplo de Jornalismo colaborativo, o OhMy News.

Fiz uma apresentação inicial, falei dos tempos de Macromedia, e tentei resumir em 10 minutos um histórico da Internet no Brasil que gastei uma hora e meia na última vez que falei dele. Fiz um breve histórico evolutivo, falei rapidamente dos primórdios e em seguida do modelo de negócios do Flash Brasil que tornou-se referência da Macromedia, e me levou a dar uma palestra em 2001 em New York para 100 lideres de comunidades virtuais de diversas partes do mundo. Neste mesmo evento assisti à palestras do SteveKrug, outra de Hillman Curtis e diversas outras me levando a constatação de que a Internet deste ponto em diante iria tomar outra dinâmica, afinal estava assistindo ao marco da mudança da Internet “Egocentrada” para o foco no usuário, e que anos depois levou ao que hoje conhecemos por web 2.0, a internet produzida pelo usuário.

Com o tempo ficando curto, passei logo para as novidades, falei um pouco de inteligência coletiva, crowdsourcing, e das comunidades do Orkut com vida inteligente, dentre elas a Cibercultura, Publicidade e Propaganda e Marketing no Brasil. Falei do TechCrunch 40, onde foram apresentados alguns serviços inovadores como o Viewdle que faz reconhecimento facial e esta em testes pela Reuters, do Teach the People que é um site de e-learning colaborativo, do Kaltura que permite a produção crowdsourcing de videos e do Ponoko que permite que os usuários produzam móveis e utensílios e os venda na Internet.

Com o tempo curto, não tive tempo de explicar o que tanta tecnologia tem em relação ao marketing. Agências Digitais devem estar antenadas a todas as tendências tecnológicas e sociais das midias interativas, pois em linhas gerais o marketing digital não segue à regras e metodologia pré-estabelecidas, o sucesso de uma ação digital depende muito do conhecimento e feeling. As oportunidades de ações interessantes e de sucesso dependem de uma equipe antenada, ligada tambem nos últimos hypes, no que já virou meme e enxergar uma forma de disseminar a mensagem sem interferir no equilibrio do ciberespaço e com grande chance de propagar-se.

Após minha apresentação um grupo me interpelou, e uma menina, cujo nome não lembro, me perguntou exatamente porque o boom da internet se deu em 2000/2001 coincidindo com o que falei sobre a acessibilidade e usabilidade como percursor da web 2.0. Na hora respondi basicamente que além da constatação do usuário, a Internet começou a ser anunciada com mais frequencia a TV. Me enganei viu! Na verdade os anuncios de serviços de Internet na TV comecaram em 1999. Em 2000 tivemos a febre do acesso grátis e nos dois anos seguinte a consolidação dos blogs. Em 2004 o início do Orkut. Estes eventos sim, podem ser considerados como responsáveis pelo boom da internet. Esta tudo nos slides que usei na minha palestra “A Dinastia do Flash no Brasil“.

Apertem os cintos, o consumidor mudou!

Não se trata de uma nova versão da classica comedia pastelão, e sim de mais uma constatação de que o mercado mudou e continua mudando numa velocidade cada vez maior. Os sinais estão por toda parte: Este ano as verbas publicitárias digitais estão superando as mais tradicionais mídias, o mercado da comunicação está mudando, os publicitários não entendem de internet e o consumidor fica cada dia mais sabido e exigente, isto sem falar na quebra da comunicação corporativa por conta das redes sociais que ja são usadas como potentes ferramentas de CRM.

O perfil do novo consumidor vem sendo traçado com frequencia, alias cada dia fica mais dificil traçar algum perfil, o consumidor esta “derretendo” engordando a cauda longa que não para de crescer. Este novo consumidor é a antintese do consumidor de massa do passado. Antes consumia-se para pertencer à uma “tribo”, hoje também! Só que as “tribos” diminuiram e ficaram mais diversificadas.

O agente catalizador da evolução sempre foi a infomação, hoje temos isto de sobra, alias temos em excesso. Com o advento da Internet cada consumidor de informação passa a ser um emissor de uma comunicação em rede, um ambiente liquido, onde a informação pode ser fragmentada, reconstruida, fundida e novamente fragmentada… No meio do ecossistema da nova comunicação, a publicidade é interpretada como ruído e é descartada na primeira fragmentação, ou pior, muitas vezes totalmente descartada antes mesmo de ser exibida.

Quem viveu os primórdios da Internet no Brasil deve lembrar como este mercado se comportava. Era um imenso latifundio a ser explorado, projetos e ideias mirabolantes surgiam a todo instante, o espirito empreendedor ganhava auras de desbravador, e a Internet parecia uma infidável mina de ouro. Vivemos hoje entropia semelhante no mercado da comunicação, a diferença é que encontrar a formula ideal pode ser a chave da sobrevivência em um futuro muito próximo.

Quebrando paradigmas

Tem muito profissional de comunicação que nunca vai entender o novo consumidor, e muito menos o que houve com o mercado de comunicação. Não que ele não tenha capacidade intelectual para isto, ele não conseguirá entender isto com os fundamentos teóricos e ferramentas usuais ele não possui uma vivência que permita este entendimento, não faz parte da sua cultura. Muitos paradigmas precisam ser quebrados:

  • Mídia – Esqueça mídia, para de pensar em mídia, pare de tentar tangibilizar um conceito que não se aplica ao novo consumidor. Mídia simplesmente não faz sentido para um público que tem a liberdade de escolher se quer ou não ser impactado pela propaganda. Lembre-se em tempos de comunicação líquida, o meio é a mensagem.
  • Internet não é midia – Internet não é midia, quem te disse isto? Internet hoje é um complexo ecossistema social que chamamos de ciberespaço. Chamar a internet de mídia é subestimar a sua capacidade, ela não chega a ser o metaverso em si, afinal ela esta muito presente no mundo real, mas possui autonomia suficiente para sê-lo. Temos de “destangibilizar” nosso conceito de mídia, a Internet congrega informações, serviços, lembranças e emoções, tudo em bits, tudo líquido.
  • Internauta é mãe ! – Tratar um usuário de internet por internauta é uma forma de distancia-lo, é trata-lo como um ser diferente. As interpretações podem ser desde uma forte dose latente do emitente em tentar manter seu status quo, como a simples tentativa de rotular um grupo de pessoas. Descontando a face emocional do discursso, sobra a ignorância. A nova cultura é a cibercultura, é a cultura da geração conectada, que a cada dia expande tanto horizontalmente quanto verticalmente atingindo indivíduos cada vez mais novos e mais velhos. Se sou um internauta posso afirmar que em muito breve todos seremos, então os diferentes serão os desconectados.
  • Vivemos cada vez mais conectados – Quem pensa que a internet fica no computador precisa rever seus conceitos. Foi risível a matéria do Fantástico deste fim de semana, onde uma mãe desesperada “desligou a internet” do filho viciado. Enquanto existir esta “guerra” entre o real e o virtual vão existir interpretações tendenciosas como estas. O problema é psicológico, o vício poderia ser em qualquer coisa. Mas voltando ao assunto, há muito a internet “saiu” do computador, hoje ela é acessível por wap (celular), pelo telefone (VXML) e integrando soluções com dispositivos como o RFID, além é claro da TV Digital que corre um sério risco de ser engolida pela IPTV. O certo é que vivemos cada vez mais conectados, nossas casas, carros, eletrodomésticos e o que mais for possivel imaginar estarão conectados.

Este artigo não tem a ambição de ser conclusivo, nem tem uma visão generalista, apenas tem por objetivo apontar fortes tendências. Ele foi motivado por um artigo que retrata a visão de profissional que é muito parecida com a minha, e como me resaltou o Gilberto Pavoni, ele possui a grife “Forrester Research”. Eu na verdade pesquiso para montar a minha pequena agência que vai nascer mês que vem, mas construi um background suficiente para um cargo executivo em uma grande agência. O futuro? Who Knows the future?