Desde criança, sempre fui fascinado pelo futuro. Nascido na década de 60, assisti em tempo real os astronautas pousarem na Lua, assistia Perdidos no espaço, Tunel do Tempo, Viagem ao fundo do mar, sempre fui fã de Julio Verne e Irwin Allen, e sempre achei o futuro mais interessante do quê o passado. Conversava com meus Pais, Tios e Avós que deveriam imaginar: “Ai ! Lá vem aquele garoto falar de futuro novamente…”.
Pois é, aos poucos fui montando meu senso crítico e descobri que a grande maioria das previsões futurísticas dos meus parentes era furada, ou pior, eram apenas respostas evasivas à uma mente borbulhante.
Não demorou muito para surpreender minha familia novamente, agora eu gostava mesmo era de conversar com os mais velhos, quanto mais velho melhor. Aos sete anos eu descobri que os velhos adoram falar, e minha curiosidade me tornava um bom ouvinte, era o queridinho dos velhinhos. Mas a surpressa mesmo era que eu não perguntava mais do futuro, e sim do passado. Eu queria saber como era a educação, lazer, relacionamentos, e tudo mais no tempo deles. Depois o papo mudou para os meus Tios e meus Pais, dai a coisa foi evoluindo para os primos mais velhos. Tudo que eu queria eram sólidos fundamentos do passado, e do futuro do passado para servirem de background nas minhas elocubrações futurísticas.
Toda esta pesquisa levou alguns anos, mas me fez concluir, aos nove anos, que a evolução não era constante, e sim que aumentava de intensidade com o tempo, eu não tinha conhecimento suficiente para falar que era uma progressão geométrica, mas era mais ou menos isto que pensava. Por exemplo, para meus avós, as coisas não mudaram tanto ao longo de suas vidas, como para meus primos ao longo de poucos anos…
Dai em diante me tornei viciado em informação, era um devorador de enciclopédias, livros, revistas e documentários. Adorava o Amaral Neto Reporter, Mike Nelson e o programa Mundo Animal.
Você deve estar imaginando que eu era um moleque gordinho que ficava quieto no seu lugar, ledo engano, era um garoto esquálido que fazia arte, muita arte durante o dia, e fazia minhas “pesquisas” à noite, já que na TV a unica coisa legal, à noite, era a novela Irmãos Coragem.
O pequeno devorador de informações, estava montando seu background, já percebia aos onze anos que vários fatores externos retro-alimentavam a evolução, e que eles também deveriam ser levado em contas nas minhas elocubrações futurísticas. Ouvi muito falar do impacto da Revolução Industrial, da forma de pensar de Henry Ford, e comecei a me interessar pela forma de pensar dos cientistas. Hoje meus ídolos são Albert Einstein e Stephen Hawking.