A constante nas organizações modernas é a própria mudança

Uma imagem Sempre que nos defrontamos com fatos que ameaçam nosso status quo, buscamos comportamentos e fatos semelhantes no passado. Isto nos faz crer que estamos presenciando um “remake”, e de certa forma aliviam a ameaça. Ninguém esta imune a isto, é um comportamento comum, eu mesmo tentei negar para mim mesmo por dois anos, o estouro da bolha da internet. Spencer Johnson escreveu seu best seller “Quem mexeu no meu queijo[bb]“, que acredito eu, deva seu maior sucesso à identificação do leitor com seus personagens e sua história.

Sintetizando o livro “Sobreviver não é o bastante” de Seth Godin[bb], a mensagem que fica é “A constante nas organizações modernas é a própria mudança“.

Kotler cita em seu livro, Marketing para o século XXI[bb], que Akio Morita tinha uma estratégia de criar três equipes para todos seus produtos: Uma para o seu desenvolvimento propriamente dito, outra para desenvolver um produto melhor e uma terceira para torna-lo obsoleto. Esta saudável prática de canibalismo corporativo vem sendo sistematicamente evitada sob todos os aspectos, é utilizada apenas por empresas antenadas.

Em caso recente, no 4o Congresso de Publicidade, mudaram o nome do painel de “O modelo brasileiro de remuneração das agências de publicidade” para “A Valorização, a Prosperidade e a Rentabilidade da Indústria da Comunicação”.

Mas por quê isto tem de ser assim? Temos medo de mudar, e atacamos tudo que nos remete à esta necessidade, principalmente no Brasil, onde o empreendedorismo não é uma prática tão valorizada quanto um bom e seguro emprego numa estatal. Para quê mudar? Não se mexe em time que esta ganhando? Não mesmo ? Ou seria melhor dizer: Em time que esta ganhando a mudança é uma constante ?

Quando estamos nesta discussão, se a web é ou não o bicho papão que ameaça nossa tranquilidade, a minha opinião é de que primeiro temos de ser imparciais, e em seguida aumentar nosso ângulo de visão, ou como dizem os Americanos, ativar nossa visão de passaro. Temos de correr o risco de enxergar o que não queremos ver, e com isto ganhar o precioso tempo hábil para nos reconfigurarmos e seguirmos o trem da evolução, para não sermos pegos de surpresa e atropelados por ele.

Foto: Foto obtida no banco de imagens Stock.Xchng produzida por Zoran Ozetsky

Pérolas da cibercultura, um post que vale por um cursinho

Depois do meu último post, me convenci de que realmente precisamos de novas ferramentas e novos conceitos para entender o que esta acontecendo hoje no mercado da comunicação. Para isto decidi reunir e publicar aqui os links para as principais pérolas da cibercultura na minha opinião. São elas definições, conceitos, textos e até e-books completos.

Redes

O entendimento de redes no sentido mais amplo, e não técnico, é teoria fundamental para o entendimento de tudo na cibercultura. É necessário entender que somos “nós” desta rede, e que nossos grupos são “clusters” e que tudo em termos de rede possui comportamento em rede, com grande capilaridade e com grande entropia.

Um entendimento técnico necessário é o proprio conceito original da Internet, criada na época da Guerra Fria, sua estrutura foi concebida para resistir à um bombardeio atômico, e desta forma pavimenta o conceito hoje conhecido como Mundo de Pontas (World of Ends).

Uma boa dica para entendimento de redes é o e-book “Redes – uma introdução às dinamicas da conectividade e da auto-organização” publicado pelo WWF Brasil.

Comportamento

Uma das mais sensacionais pérolas do comportamento no ciberespaço é o Manifesto Cluetrain (O manifesto do trem de evidências) que trata de forma simples e direta o comportamento social e de consumo na Internet. Veja também o post “Cluetrain 10 anos depois” publicado no Buzz Makers.

Outro texto muito interessante é o Mundos em colisão, que narra de uma forma simpática o choque cultural que se reflete como a dicotomia “nova x velha mídia” ou “real x virtual” passando pelo contraste “Copyright x Creative Commons” com bastante propriedade. Por falar em Copyright x Creative Commons, um bom e-book sobre isto é o Cultura Livre (uma excelente tradução do Free Culture). A cultura open source faz parte do DNA do ciberespaço, já o habitava no seu núcleo, na sua camada técnica, e foi fundamentalmente o propulsor da WWW.

Por falar em Free, este será o novo livro do Chris Anderson, o autor do Cauda Longa. O Free promete ser um profundo estudo sobre a cultura atual, onde empresas lucram cada vez mais cobrando cada vez menos, ou até nada. Na Wired tem um PDF que já da uma ideia de como será o livro, mas se preferir pode ler na web mesmo.

Existem ainda os clássicos teóricos da comunicação como Manuel Castells e Marshal McLunhan que não podem ficar de fora.

Midias sociais

Não podemos deixar de falar da teoria dos seis graus de separação, que fundamenta diversas redes sociais, onde em sintese, você esta ligado à qualquer outra pessoa no mundo, por outras seis. Existem outras, inclusive a que descrevi aqui mesmo no blog, relacionando Maslow e as midias sociais.

O assunto não esgota aqui, é apenas um começo, mas te garanto que boa parte já foi citada, convido você à completar a lista ai nos comentários.

update 02/05 – O Marco Gomes fez um post sensacional, praticamente um manifesto, se você leu os textos acima com cuidado, veja a personificação do estudo no post: Eu faço parte da revolução