SIVA, o mix de marketing 2.0

Uma coisa interessante é que desde que foi implantado por Jerome McCarthy em 1960, o mix de marketing, os 4 Ps, sempre foi o framework mais importante no entendimento do marketing.

SIVA e os 4PsIsto foi assim até que o artigo “In the Mix: A Customer-Focused Approach Can Bring the Current Marketing Mix into the 21st Century” por Chekitan S. Dev e Don E. Schultz saiu na edição de janeiro/fevereiro de 2005 da revista Marketing Management.

Este artigo muda totalmente o paradigma do mix de marketing, que antes era visto da empresa em direção ao mercado alvo, conforme figura ao lado.

No artigo, Schultz e Chekitan, literalmente viram o mix de ponta cabeça, e avaliam a oferta pela ótica do consumidor, e nesta ótica, o que antes eram os 4Ps, viram o SIVA (Solução, Informação, Valor e Acesso).

Para efeito comparativo temos:

4 Ps SIVA
Produto Solução
Preço Valor
Promoção Informação
Praça Acesso

SIVA em detalhes

  • Solução – Como a solução é apropriada para solucionar os problemas e necessidades do consumidor?
  • Informação – O consumidor conhece bem sobre a oferta, se sim, através de quem ? Ele sabe o suficiente para permitir ao consumidor fazer uma boa decisão de compras?
  • Valor – O consumdor percebe o valor da transação, quanto ela custa, qual serão os beneficios, o que ele terá de sacrificar, qual será a sua recompensa?
  • Acesso – Onde o consumidor pode encontrar a solução? O quanto facilmente, local ou remotamente ele pode compra-la ou recebe-la via delivery?

SIVA e Marketing 2.0

Quem esta na internet há pelo menos oito anos deve lembrar que o grande propulsor de tudo que esta acontecendo hoje, que chamamos de web 2.0, comecou com uma grande mudança de paradigma na construção e implementação web. Em torno de 2001 dois assuntos comecaram a dominar este ambiente: Usabilidade e Acessibilidade. O tema bateu de frente com a questão estética, até então dominante e acabou encaminhando para um entendimento de que o usuário é elemento mais importante na internet. Dai para frente, descobrir que os usuários queriam mais do que simplesmente ser um leitor, foi um pulo.

Quem sabe a classica pergunta de um milhão de dolares: “Qual o futuro da comunicação e do marketing” possa comecar a ser respondida? Até então uma incógnita e muitas hipóteses, simplesmente porque existe uma grande possibilidade de estarmos cometendo o erro de avaliar um novo mercado com velhas ferramentas…

O novo geek e Maslow

Há vinte anos, o computador era um totem sagrado, que habitava o hermético e gelado santuário da tecnologia. Mouses ainda caiam em ratoeiras e interface gráfica,…., hein ? Era necessário aprender complexos comandos para fazer alguma coisa com estes computadores, e padronização era um nome feio, quase utopia. Na esfera da computação pessoal, nem mesmo sistema operacional os PCs tinham, ao ligar apenas o cursor do Basic piscava na tela. Jogos e programas vinham em revistas como a Microsistemas, mas não eram em CD e nem em disquete, eram códigos fonte para digitar! Quem entendia de computador eram caras esquisitos, que falavam coisas esquisitas e em geral eram a antintese do playboy, eles eram conhecidos por Nerds, ou Geeks.

Hoje em dia o computador virou suco, pulverizou-se, tornou-se ubíquo. Os novos geeks são sociáveis e conectados, usuários compulsivos de gadgets, e principalmente os que permitem esta conectividade. Como diz Scott McNealy, Chairman da Sun, “Era da informação é coisa do século XX, coisa do passado, ja estamos na Era da participação“. O novo geek esta sempre encontrando um bom motivo para uma boa socialização presencial, os primeiros bons motivos foram os Barcamps, e dai uma infinidade de “camps” surgem a cada dia, “botecamps”, “chopcamp”, “o bar do camp”, e por ai vai. Mas o mais interessante é que boa parte dos novos geeks brasileiros fazem esta interação on e off line, e muitas vezes viajam de um estado para outro para uma boa confraternização. Todas as confraternizações são cobertas em tempo real pelos participantes, e quem esta de longe muitas vezes chega a sentir que esta na mesa, participando dos papos animados, e desgutando um belo chopp, ou participando de alguma desconferência.

Os geeks continuam esquisitos, mas agora são uns esquisitos sociáveis e isto faz a maior diferença, o que aconteceu? Cadê aquele geek anti-social do século passado? Como explicar o que aconteceu? Alias o que aconteceu? Aconteceu alguma coisa? O que aconteceu foram mudanças, evoluções tecnológicas que foram sendo absorvidas e transformadas em ferramentas sociais.

O visionário digital do século passado era indispensávelmente da area tecnologia, hoje as características sociais estão tão intrissicamente ligadas à tecnologia, que os visionários digitais do século XXI certamente são ligados às areas humanas. Assim como a internet deixou de ser fim, para ser meio, a sua utilização se da cada vez mais por pessoas comuns.

Piramide de Maslow das midias sociais

Existem algumas teses que possuem ampla gama de aplicações, como a regra de Pareto, a curva de sino e porque não a pirâmide de Maslow para tentar explicar este fenômeno ?

No conceito original, a pirâmide de Maslow é utilizada de forma estática, ou seja, escala-se degrau por degrau, ou dinâmica, que dependendo da situação, pode-se transitar entre os degraus e até mesmo estacionar entre dois deles. Vamos adotar uma analise estática. Desta forma é simples, os dois primeiros degraus representam os patamares determinantes ao ingresso à midias sociais, e hoje em dia são rapidamente percorridos:

  • Conhecimento tecnológico – Hoje em dia, com interfaces cada vez mais intuitivas, o conhecimento tecnológico é um degrau irrelevante, facilmente transposto por qualquer um que tenha o minimo de conhecimento.
  • Conexão, acesso – Com o advento da inclusão digital e das Lan houses populares, e da queda nos preços do acesso banda larga, conexão e acesso estão faceis para muita gente.
  • Interação, participação – É o momento em que o usuário começa a interagir em midias sociais tais como redes sociais, foruns, listas de discussão, instant mensagers, e até mesmo comentando e/ou criando blogs. É o momento em que alguns usuários partem para a interação física, nos eventos geeks.
  • Estima, reconhecimento – Agora o usuário quer reconhecimento, inicia um blog, uma comunidade, ou até mesmo torna-se um usuário extremamente participativo nos foruns e listas de discussão. O usuário busca reconhecimento e investe pesado nisto.
  • Auto realização – Sua presença no ciberespaço está garantida, ele já é reconhecido, e tornou-se uma celebridade. É prosumer, faz parte de um ou mais nucleos sociais. Torna-se um compulsivo por mashups e redes sociais, tem perfis em quase todas, e por incrível que pareça consegue manter tudo atualizado. Neste momento existe por diversas razões o trânsito entre o degrau abaixo, é natural, pois manter-se no topo é infinitamente mais dificil do que chegar lá.

Esta é uma hipotese, esta aberto a discussão, vamos iniciar um estudo antropológico do ciberespaço ?

Blogsfera S.A.

Toda vez que os representantes da blogosfera brasileira são convidados à participar de um evento para um público tradicional, acontece a mesma coisa, o discurso descamba para um corporativismo “blogocentrado”, ou seja, a mensagem fica cheia de ruido e incompreensível para o público em questão. No caso estou estou falando do Proxxima 2008, no painel “O Fenômeno dos Blogs – Chegou a hora de virar mídia?” o mesmo aconteceu, como descreveu o Jeff Paiva.

Mas o que esta acontecendo? Falta de maturidade da blogosfera brasileira ? Problema de comunicação ? Choque cultural? Acredito que todas as hipóteses são plausíveis, e ainda acrescentaria que a blogosfera é uma “midia” extremamente heterogêna e entrópica e principalmente descentralizada.

Alias como eu já falei anteriormente, não é possível comparar a velha midia com a nova midia (que alias nem pode ser considerada como midia). Não faz sentido esta comparação, são dois mundos distintos, e se assemelham apenas no objetivo: Cultivar leitores.

Poucos representantes da blogosfera conseguem apresentar um discurso corporativista tradicional de seu blog, quanto mais focado nas expectativas de um público como o da Proxxima 2008. Seus discursos são como eu falei “blogocentrado” e a tônica de negócios se dá dentro desta ótica, e o seu modelo de negócios foi apresentado, mas não era isto que o público esperava. Natural, competia ao moderador direcionar e obter as informações que o público desejava.

Seria necessário alinhar o discurso da blogosfera como uma mídia social, eles o são, mas não tangibilizarm isto, e confesso que acho melhor assim. Uma padronização macro da blogosfera seria um desastre, uma utopia, imagine blogs com missão, visão, planejamento estratégico, pauta, etc. Isto mataria a faceta crowdsourcing do jornalismo social, ordenaria a entropia e a blogosfera perderia sua graça e principalmente a sua força.

Por fim, é importante deixar claro que o UGC (User Generated Content) é muito importante, e disseminar uma mensagem de marketing nestas midias sociais é extremamente eficiente, mesmo levando-se em conta que ela é totalmente caótica.

No dia internacional da mulher, o Entropia mostra seu lado feminino

Dia internacional da mulher 2008Hoje dia oito de março de 2008 é o dia internacional da mulher, por isto resolvemos expor nossa face feminina, tanto o blog como o autor. Vocês podem achar que ficou um feminino meio “grotesco”, mas acreditem foi de coração.

Mulher e homens

Mulheres são especiais, são mães, filhas, avós, irmãs, esposas, amantes.
Mulheres possuem o dom do sexto sentido, homens são metódicos.
Mulheres são subjetivas e abrangentes, homens são objetivos e técnicos.
Mulheres são o porto seguro, homens são os operários do porto.
Mulheres gostam de falar, homens não gostam de ouvir.
Mulheres colaboram, homens competem.
Mulheres são independentes, homens não vivem sem elas.
Mulheres são obras de arte da natureza, homens são protótipos.

Feliz dia Internacional da mulher.