O que você esta fazendo?

“Quem sabe faz a hora, não espera acontecer…”

Já falava o sábio e corajoso Vandré. Agora, quase quarenta anos depois, estamos em vias de reviver involuntariamente um novo regime de controle e ditadura, querem nos calar, querem tirar da sociedade Brasileira a maior ferramenta democrática de todos os tempos, a Internet.

Dezenas de milhares de Brasileiros estão fazendo alguma coisa para evitar isto, são mais de 123 mil assinaturas na petição, dezenas de blogs, e diversas ações e organizações atuando contra este projeto, eles estão reescrevendo a história da democracia Brasileira, e você?

Reescrevendo a história da democracia Brasileira

“Não são as pessoas que tem grandes idéias que mudam o mundo, e sim as que acreditam nelas”.

Esta curiosa frase veio à minha cabeça na minha caminhada vespertina, ela de certa forma sintetiza tudo que esta acontecendo em termos de ciberativismo no Brasil.

O movimento ciberativista vem de muito tempo, eu me engajei em 2006 quando combatiamos o então projeto do Azeredo, éramos verdadeiros Quixotes, poucos se interessavam, muitos criticavam. Continuávamos acreditando na Internet livre, o Senador Eduardo Azeredo revelou-se inimigo numero um da Internet livre, dai a razão dos ataques às suas idéias e projetos. Projetos alias que não perecem ser de fato elaborados pelo Azeredo e suas assessorias diretas, pois em entevista recente o Senador não sabia o que era um DRM por exemplo, e vem cometendo outros lapsos, deixando cair a pele de cordeiro que oculta o lobo de suas intenções.

O movimento ciberativista tem sua beleza não nas ações individuais, ele não tem por objetivo construir ícones, mas sempre quem acaba se envolvendo mais acaba ficando em evidência, mas o importante mesmo é o trabalho em rede, a disseminação em rede. Um trabalho de pesquisa, publicação e articulação é importante num movimento destes, mas o simples trabalho de disseminação, quanto mais em rede é tanto ou mais importante. Disseminadores são hubs, uns são hubs melhores que outros, mas muitos hubs fracos com um pequeno grupo de contados, pode atingir um hub mais forte ou até um super hub que ajudam a disseminar com mais intensidade e até na formação de novos núcleos ciberativistas.

Para tentar explicar este movimento, vou usar uma metáfora, imagine que a internet seja um lago, e os usuários (hubs) estivessem na margem (ponta). Um deles joga uma pedra azulada, alguns usuários percebem a começam a jogar pedras azuladas, umas maiores outras menores, a cada pedra novos usuários começam a jogar as suas, até um momento em que o lago tenha se transformado em um intenso maremoto. Como o lago é muito grande, depois de algum tempo as ondas chegam em outras margens (pontas), e um novo movimento de pedras azuis é iniciado, e um novo maremoto se forma, em outras pontas novos movimento se iniciam, até um ponto em que o maremoto seja intenso e cubra uma enorme extensão do lago. Neste ponto temos o que chamamos de “meme“. Volta e meia neste processo, a mídia, que é um super hub, joga as pedras azuis também, em geral joga pedras bem grandes, que colaboram em muito com o maremoto informacional, mas em momento algum, um único hub mainstream, mesmo que ele seja um super, ultra mega hub, conseguira produzir um maremoto destes, com esta intensidade e uniformidade.

Dai a importância do trabalho em rede, dai a importância do menor esforço de cada um, o que importa mesmo é a soma destes esforços, todos são importantes, todos mesmo, todos estão fazendo a história, estamos assim dizendo, escrevendo uma nova página na história da democracia Brasileira.

O que estamos fazendo agora, e o que esta acontecendo na sociedade Brasileira, será ensinado nas escolas daqui à alguns anos, acredite. Não sei que nome darão a este movimento ciberativista, mas ele terá um nome, ou diversos, e falará do dia em que pessoas conectadas conseguiram fazer um Senador (Mercadante) colocar treze emendas em um projeto extremamente totalitário, reduzindo seu impacto. Este mesmo enorme grupo conseguiu uma audiência pública na Câmara, e não foram os representantes que protocolaram a audiência que a conseguiram sozinhos. Foram cada um, cada assinatura na petição, cada blogueiro, cada twittada, cada boca-a-boca, cada cidadão que juntos pavimentaram as condições ideais para esta audiência. Nesta audiência, um de nossos ilustres representantes, Sérgio Amadeu, teve uma participação gloriosa, que fora fortemente ampliada e defendida pelo Deputado Paulo Texeira, onde no final das contas, o manto de cordeiro do projeto caira definitivamente, revelando-o totalmente nú como um projeto que beneficiará os bancos e a indústria cultural.

Os próximos passos ainda não podemos precisar, mas o delicioso gosto da vitória esta hoje, na boca e na mente de cada “formiguinha” que acreditou e trabalhou neste sentido. Para todos os ciberativistas, e futuros ciberativistas, meus parabéns, estamos reescrevendo a história da democracia no Brasil.

Este post é uma colaboração para o dia da blogagem política, recomendo que você participe da rede ciberativismo e assine e divulgue a petição online contra o vigilantismo.

O marketing de hoje, de amanhã e depois de amanhã

Como faço questão de não esconder, sou um leitor voraz, daqueles que esta sempre carregando um livro na pasta, e tem pelo menos dois na mesa de cabeceira, alem é claro, de centenas na estante. Este livro sobre o qual pretendo falar aqui é diferente, não me custou literalmente nada, e é um dos melhores livros sobre marketing emergente que li em português até então, trata-se do “best downloaded” Marketing depois de amanhã, do Ricardo Cavallini.

Cavallini é um cara que sabe o que fala, o livro explica de forma quase didática os temas emergentes do marketing, do novo paradigma da comunicação, é uma habilidade e tanto e uma prova de conhecimento. Einstein ja falava que uma forma de testar seu conhecimento sobre qualquer coisa é tentar ensina-la para a sua avó, acredito que a avó de Cavallini ja esteja entendendo de marketing e saiba diferenciar um viral de um buzz, ou que a midia de massa esteja em queda por conta dos prosumers que foram preconizados no Manifesto Clue train, é claro.

Gosto do jeito de escrever do Ricardo, descontraido, claro e sem muitos rodeios, mas sem deixar de ser bem fundamentado. O livro é um verdadeiro guia para diversos públicos:

  • Para os estudantes de comunicação para conhecerem um pouco além do que usualmente aprendem nas faculdades, algumas até explicam alguma coisa, mas se bobear formam “recém obsoletos”;
  • Aos profissionais experientes para poderem se reciclar e não perderem o equilibrio quando puxarem a escada que os sustenta no topo da cadeia da comunicação;
  • Aos curiosos para saberem um pouco mais sobre tudo que nos cerca em termos de marketing;
  • Aos empreendedores para descobrirem novas formas de ganhar dinheiro;
  • E finalmente aos avessos à publicidade para saberem o que mais devem evitar para não serem incomodados, se bem que como Cavallini diz no livro, o marketing de interrupção vem em franca decadência.

O livro, prefaciado por Washington Olivetto, é dividido em dez capitulos, começando por uma panorâmica atual, uma breve olhada no contexto da internet e em seguida levanta voo em direção a coisas muito interessantes como TV Digital, Advergaming, Mobile, Dispositivos de conexão ( a internet das coisas), novos displays, micropagamentos e finalmente novas possibilidades. Para quem gosta do assunto é um daqueles livros para se ler em um fim de semana chuvoso, na tela do computador enquanto os novos displays ainda não estão acessíveis. Não tem porquê não ler, o livro é gratuito e vale cada byte consumido em seu download.