Provérbios populares 2.0

Esta semana eu pensei em escrever outra coisa, mas uma brincadeira com a familia na hora do almoço acabou gerando este post. Eu sou membro da ja não tão reduzida minoria que trabalha em home-office e pode compartilhar do prazer de trabalhar e estar com a familia.

Nossa cultura tem diversos ditados populares, os proverbios que acabam servindo de base filosofica para muita gente, mas veja que nos tempos atuais muitos dos ditados estão completamente obsoletos:

  • Quem espera sempre alcança – Em tempos de um mercado ultra competitivo podemos dizer que na verdade que “Quem espera perde a vez“.
  • Quem ri por ultimo ri melhor – Uma rápida assimilação das mensagens em uma comunicação massificada e em rede como a atual demanda mais velocidade de interpretação. O certo seria – “Quem ri por ultimo ri sozinho”.
  • Em time que esta ganhando não se mexeSeth Godin deve morrer de rir com este ditado, pois afinal não existe nada mais salutar no contexto corporativo do que a mundança constante. Este ditado poderia ser: “Em time que esta ganhando a mudança é constante”
  • Os últimos serão os primeiros – Não existe ditado mais estupido que este, os ultimos só serão os primeiros no dia em que se contar de trá pra frente. Tudo bem que ele tenha um toque motivacional, mas ele não passa a ideia de que para se tornar o primeiro é necesário atitude. O certo é “Os últimos serão os perdedores”.
  • Em terra de cego quem tem olho é rei – Ditado válido mas de extremo mau gosto em tempos de reconhecimento do valor das minorias. O certo seria: “Em terra de cego, quem tem olho não entende tudo de acessibilidade”
  • A pressa é inimiga da perfeição – Nos tempos da manufatura este provérbio tinha seu valor, afinal tudo tinha de sair perfeito e o tempo era farto. Hoje em dia, a vida conectada, a globalização, a enxurrada de informações, a competitividade acirrada no mercado de trabalho nos remete a uma outra ótica para este ditado: “A pressa tem de ser amiga da perfeição”
  • A união faz a força – Existem muitos ditados perfeitamente válidos, este é um, mas poderiamos aperfeicoa-lo para : “O networking faz a força”.
  • A mentira tem perna curta – De fato a mentira acaba se revelando sozinha, ou acaba se tornando uma reação em cadeia. A mentira tem se tornado parte do nosso dia a dia, cada vez mais vemos a verdadeira mentira top down, a mentira que vem de cima. Que tal se o ditado fosse: “A mentira não tem um dedinho” >;)

Existem infinitos proverbios, pessoas gostam de proferir proverbios pois demontram sabedoria. Proverbios podem até ser um reflexo da sabedoria das multidões, na verdade muitos dos proverbios acabam se tornando uma das grandes falhas da sabedoria das multidões, as falhas por informações em cascata.

A falha por informações em cascata acontece pela subversão da razão, que na sua maioria das vezes é involuntária e instintiva. Provérbios totalmente desalinhados com a realidade continuam sendo proferidos pelas mais diversas bocas, perpetuando-se por aqueles que os repetem como um mantra.

O ser humano tem uma forte tendência em perpetuar o status quo de tudo, muitas vezes toma atitudes desesperadas para mante-lo, na crença de que o fim justica os meios.

Afinal “Monkey see, monkey do”….

Faça sexo com seu chefe

Seth Godin é o cara que pensa fora da caixa, pensa sem caixa, joga fora a caixa, pô pra que esta caixa?

Este foi o primeiro livro de Seth Godin[bb] que eu leio, mas já acompanho as ideias do Seth há algum tempo no seu blog. Seth aponta suas palavras com precisão nos alvos exatos. Direta ou indiretamente as suas palavras chegam e crescem, respondendo muitas das perguntas de minha mente orientada para negócios, sociedade e marketing.

Apenas três palavras resumem “Sobreviver não é o bastante“: mDNA, meme e zoom. Simples assim! Ao longo do livro, estas três palavras crescerão e ganharão sentido. Seth[bb] desenrola uma analogia através da teoria da evolução de Darwin[bb] e a evolução das empresas. Nas evolução das empresas o DNA foi substituido pelo mDNA que modifica-se mais facil e rapidamente que o DNA.

Não fique confuso ao ler que a o melhor sexo que você pode fazer é com seu chefe. No livro, sexo ganha o significado da seleção natural, é perfeito. Explicando melhor, na natureza suponha que as girafas comecem a procurar seus parceiros com pescoços mais curtos, depois de algum tempo existirá um tendência de termos girafas de pescoço curto. Na empresa esta seleção se dá por exemplo na contratação e demissão de funcionarios, suponha que determinada empresa que só queira contratar funcionários que pensem como a “estratégia vencedora” da empresa, ele não irá acrescentar nada, a não ser força de trabalho. Um bom sexo corporativo, segundo Seth se da com profissionais que carregam memes diferentes dos existentes na empresa, possibilitando uma rápida evolução.

Finalmente faça zoom, faça o tempo todo, não se preocupe com as mudanças, fazer a mesma coisa o tempo todo é a forma mais eficiente de levar sua empresa a falência. Não acredite em estratégias vencedoras, “sinta” seus consumidores, e deixe sua empresa crescer da periferia para o núcleo, de baixo para cima. Teste diversos memes ao invés de estabelecer uma rigida linha de ação, tenha uma empresa liquida, flexivel.

Vivendo uma velha paixão, reflexões de um quarentão

Confesso que ando sem tempo de escrever por aqui, absorver tudo que acontece por ai para uma mente esponja é o caos. Quando penso em escrever, logo aparece algo mais interessante para falar e assim vai num ciclo alucinante. Já coleciono mais de 20 posts incompletos nos meus rascunhos. Ou eu crio um “digg” ou começo a escrever. Como a minha proposta deste blog foi de ter textos originais, baseados ou não em outros blogs, mas mesmo assim originais então um “digg” esta fora de questão. Logo vou voltar a escrever por aqui, eu gosto muito mesmo. Vamos ver se consigo ao menos um post por semana.

Ando sem tempo, minha vida passa por uma transição, alias, nunca li Ricardo Semler, mas já virei minha própria mesa diversas vezes, sou o tipo do cara que tem prazer em fazer isto, minha vida é uma eterna transição, muito mais que uma evolução.

Aos meus 40 anos me permiti resgatar uma velha paixão, da época do DJ, ou melhor, Discotecário: A comunicação no seu mais amplo significado, como Discotecário aprendi a mexer com a emoção das pessoas, na verdade interagir com a emoção delas, no mais clássico estimulo x resposta. Minha forma de comunicação era a música, minha resposta a dança. Como pude não perceber isto antes? Comunicação sempre foi a minha praia, foi meu primeiro vestibular, e eu passei! Passei para a Gama Filho, mas mudei o curso para Engenharia por pura sedução. Cometemos todos os mesmos erros, esta na cabeça do jovem, o hedonismo não é uma característica atual, é uma característica do jovem. A expectativa de um bom salário em curto prazo me seduziu, seduziria qualquer um na minha idade, é como um relacionamento com uma gostosa burra, no inicio é uma maravilha, mas depois é um saco conviver com uma pessoa que não consegue compartilhar nada alem de sexo. O mesmo se dá com um trabalho que não te proporciona nada além de dinheiro. Criativo como sempre fui, consegui conviver 14 anos com isto, sempre inventava um jeito de encontrar o lado bom das coisas, acabei me tornando mais otimista do que antes, e desenvolvi um excelente faro por oportunidades que surgem de ameaças. Fiquei destemido.

Há 12 anos, quando meu filho nasceu, dei meu primeiro passo. Joguei tudo para o alto e fui me envolver com a Internet que chegava ao Brasil. Criei o Flash Brasil, voltei a me relacionar com as massas, passei a dar aula, treinei milhares de profissionais de web. Foi bom, mas passou. Neste período, meu relacionamento com a equipe de Marketing da Macromedia, diga-se de passagem, excelente equipe, me resgatou aquela velha emoção, lembranças daquela paixão que deixei no altar do vestibular agora atordoavam minha mente, já pensava em mais uma virada de mesa, alias nem precisava ser tão radical, pois vivenciei plenamente todo o desenrolar o que chamamos de marketing digital, alias vivenciei intensamente toda história da Internet no Brasil, fui parte dela, fiz a diferença.

Aos 40 não me tornei um “tio” rebelde, não comprei uma super moto, não passei a “perturbar” as ninfetas, fiz melhor, voltei para a faculdade!

Decidi deixar de lado o preconceito, voltei para a Faculdade, escolhi um curso de graduação tecnológica (que é rápido) de Publicidade e Marketing, as ninfetas viraram minhas coleguinhas e minha turma tem um monte de tios e tias que nem eu. What a wonderful world! A emoção é tão boa e intensa que me tornei um daqueles alunos obcecados, do tipo mala que não falta nem aula enforcada por feriado. Minhas coleguinhas e meus coleguinhas devem pensar: “Putz! Que coisa de velho, um tremendo feriadão e este mala vêm à aula.” Nada disto, mas também não adiantaria explicar, eles não entenderiam mesmo. Virei um CDF, até meu filho me chama de CDF, mas ai tinha mais um detalhe, o pai tem de dar o exemplo, mas confesso que fiquei obcecado, ou melhor, fascinado. Leio sobre o assunto em todo tipo de fonte, escrevo sobre o tema, discuto sobre o tema. Respiro publicidade e marketing, é uma transformação intensiva, necessária e urgente, resgatar uma velha paixão pode não ter uma nova chance.